O músico e entertainer moçambicano Joel Amaral, mais conhecido como MC Trufafa, foi baleado por indivíduos desconhecidos na tarde deste sábado, na cidade de Quelimane, província da Zambézia. O artista encontra-se neste momento a receber cuidados médicos numa unidade hospitalar local, e o seu estado de saúde ainda não foi oficialmente confirmado.
MC Trufafa não é apenas uma figura da música e do entretenimento: nos últimos anos, tem estado politicamente ativo, tendo desempenhado um papel visível e influente em campanhas políticas da oposição. Esteve ao lado do atual edil de Quelimane, Manuel de Araújo, durante as eleições autárquicas de 2022, onde se destacou pelo seu envolvimento direto nas mobilizações populares e pela sua postura crítica face às irregularidades do processo eleitoral.
Mais recentemente, MC Trufafa foi também uma voz ativa nas eleições presidenciais de 2024, onde apoiou de forma firme o então candidato Venâncio Mondlane (VM7). A sua ligação a Mondlane é conhecida publicamente, sendo considerado por muitos como um dos seus aliados mais expressivos no meio artístico e juvenil.
Este atentado acontece num contexto tenso, marcado por uma escalada de violência contra figuras próximas de Venâncio Mondlane. Recorde-se que em 2024, Elvino Dias, braço-direito de Mondlane e figura-chave na sua equipa política, foi assassinado a tiro, num caso que até hoje permanece sem esclarecimento público. Outros apoiantes do político têm sido igualmente alvo de ameaças e ataques, alimentando suspeitas de uma possível perseguição sistemática contra vozes da oposição.
Até ao momento, a Polícia da República de Moçambique (PRM) em Quelimane ainda não emitiu qualquer declaração oficial sobre o ataque. Organizações da sociedade civil e partidos da oposição exigem investigações rápidas e imparciais, enquanto cresce a indignação nas redes sociais e nos círculos políticos.
A relação entre a violência política e os recentes ataques ainda está por esclarecer, mas os indícios de um padrão de intimidação começam a tornar-se mais evidentes, o que levanta sérias preocupações sobre o estado da democracia e da liberdade de expressão em Moçambique.
Continuaremos a acompanhar o caso e a atualizar com novas informações à medida que estas forem surgindo.
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