O Governo moçambicano anunciou a aquisição de mais 300 tratores adaptados , com o objectivo de reforçar o transporte de passageiros nas zonas rurais. A nova aquisição eleva para 400 o número total de viaturas destinadas a esta iniciativa.
Segundo as autoridades, os tratores serão usados para facilitar a mobilidade de pessoas em regiões de difÃcil acesso , onde o transporte convencional é escasso ou inexistente. A medida pretende, de acordo com o Governo, reduzir o isolamento das comunidades rurais e garantir o acesso a serviços essenciais como saúde, educação e mercados.
"Estes tratores são uma solução prática e imediata para melhorar a mobilidade nas comunidades mais remotas" , explicou uma fonte do Ministério da Administração Estatal e Função Pública.
Uso Para Transporte de Pessoas Gera Polêmica
No entanto, a decisão de utilizar tratores para transportar passageiros tem gerado fortes crÃticas por parte da sociedade civil, especialistas em mobilidade e membros da oposição, que partilham a medida imprópria, insegura e sinal de falta de visão estratégica .
"É impensável que, em pleno século XXI, o Governo proponha tratores como meio de transporte de pessoas. Isso revela um fracasso estrutural no desenvolvimento de um sistema de transportes digno e funcional nas zonas rurais" , criticou um analista de polÃticas públicas.
Entre os principais pontos questionados estão a falta de conforto e segurança dos tratores, o desconhecimento técnico sobre a sua manutenção , e a ausência de um plano claro de sustentabilidade da frota a médio e longo prazo.
População Dividida
Nas redes sociais, a proposta também dividiu opiniões. Enquanto alguns cidadãos consideram os tratores uma solução emergencial útil, outros apontam para o risco de normalizar soluções improvisadas e indignadas , em vez de investir em transporte público rural estruturado e moderno .
Apesar das crÃticas, o Governo afirma que a distribuição dos tratores será feita de forma faseada, priorizando os distritos mais isolados e onde as alternativas de transporte são praticamente inexistentes.
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