Nkobe, um bairro normalmente calmo na periferia de Maputo, foi palco de um crime brutal que chocou a comunidade na noite de quarta-feira (8). Por volta das 18h00, um homem foi executado com mais de 30 tiros , gerando pĂąnico entre os moradores.
❗ VĂtima identificada como agente sĂȘnior da UIR
Nos momentos que se seguiram ao crime, a PolĂcia da RepĂșblica de Moçambique (PRM) manteve-se cautelosa quanto Ă identidade da vĂtima, limitando-se a dizer que as investigaçÔes estavam em curso. No entanto, dois dias depois , a TV Sucesso confirmou oficialmente que o homem morto era Carlitos Zandamela , oficial sĂ©nior da Unidade de Intervenção RĂĄpida (UIR) , onde exercia o cargo de diretor nacional de Reconhecimento .
A confirmação da sua identidade e estatuto dentro das forças de segurança acrescenta uma nova camada de complexidade ao caso, levantando interrogaçÔes sobre a situação da morte e possĂveis motivaçÔes por trĂĄs do ataque.
⚠️ Como Ă© possĂvel a PRM nĂŁo saber quem era?
Causa estranha o facto de terem passado mais de 48 horas sem que a prĂłpria polĂcia conseguiu confirmar se a vĂtima era ou nĂŁo um agente da corporação — ainda por cima tratando-se de um diretor nacional de uma unidade especializada como o SERNIC (Serviço Nacional de Investigação Criminal) . A missĂŁo inicial levanta sĂ©rias questĂ”es sobre os mecanismos internos de identificação e comunicação dentro das estruturas policiais. Se um quadro sĂ©nior pode ser abatido em plena via pĂșblica sem reconhecimento imediato, o que isso diz sobre a capacidade das autoridades de proteger os seus prĂłprios membros — e os cidadĂŁos comuns?
⚰️ Funeral marcado por dor e indignação
O funeral de Zandamela foi realizado nesta sexta-feira, no Cemitério Eugénio , sob forte comoção de familiares, colegas de farda e membros da comunidade.
Em entrevista exclusiva à TV Sucesso, familiares manifestaram profunda indignação com a demora e hesitação da PRM em respeito publicamente a identidade do falecido. Um dos familiares declarou emocionado:
“Carlitos esteve na polĂcia hĂĄ mais de 20 anos. Era um homem sĂ©rio, dedicado, respeitado por todos. A nossa famĂlia quer respostas. Queremos saber quem fez isto e por que.”
đ„ "Era um bom homem", diz a comunidade
Moradores de Nkobe descreveram Carlitos como uma pessoa respeitĂĄvel, discreta e gentil, que costumava cumprir todos por onde passava. A sua morte nĂŁo apenas deixou um vazio na famĂlia e na corporação , mas tambĂ©m um rastro de medo e incerteza na população local .
đ”️♂️ O que se sabe atĂ© agora?
Embora a execução com mais de 30 disparos sugira uma ação personalizada, atĂ© o momento nĂŁo hĂĄ informaçÔes oficiais sobre os autores do crime ou as suas motivaçÔes . A ausĂȘncia de suspeitos identificados e o silĂȘncio das autoridades levantam preocupaçÔes quanto Ă segurança dos prĂłprios agentes da polĂcia fora do serviço local.
A sociedade moçambicana segue acompanhando o caso com atenção, Ă espera de que as autoridades tragam esclarecimentos e justiça para a famĂlia Zandamela — e para a corporação que perdeu um dos seus quadros mais experientes.
đ Em resumo:
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Carlitos Zandamela, agente sénior da UIR e diretor do SERNIC, foi morto com mais de 30 tiros em Nkobe;
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A PRM demorou mais de 48h para confirmar a sua identidade;
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FamĂlia e comunidade bloqueiam respostas urgentes;
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O funeral foi realizado no Cemitério Eugénio;
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MotivaçÔes do crime ainda são desconhecidas.
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