O Presidente da República, Daniel Chapo , iniciou esta segunda-feira mais uma visita oficial ao exterior — desta vez ao Reino de Eswatini — a convite do Rei Mswati III . A cooperação, formalmente enquadrada no “fortalecimento das relações de irmandade e cooperação”, soma-se a uma sequência de viagens presidenciais cujos custos têm sido alvo de críticas crescentes por parte da sociedade civil e setores de oposição.
Mais uma viagem, poucos resultados
Embora a Presidência da República apresente a missão como parte de uma estratégia de diplomacia regional, muitos questionam o retorno prático dessas deslocações frequentes . Os resultados palpáveis para o país continuam escassos, enquanto os custos logísticos — frequentemente envolvendo voos fretados, hospedagens de luxo e comitivas extensas — sobrecarregam o já fragilizado orçamento nacional.
Uma comitiva numerosa e onerosa
O Presidente faz-se acompanhar por uma comitiva numerosa, composta por:
- Paulo Chachine – Ministro do Interior
- Ricardo Sengo – Ministro na Presidência para os Assuntos da Casa Civil
- Chinguane Sebastião Mabote – Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações
- Gustavo Sobrinho Djedje – Secretário de Estado da Terra e Ambiente
- Custódia Rute Jone Paunde – Secretária de Estado da Indústria
- Jorge Gerson Momade Daúdo – Secretário de Estado de Minas
- Maria de Fátima Simão Manso – Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros
Também integraram a delegação de vários quadros da Presidência e representantes de outras instituições do Estado . O número elevado de acompanhantes levanta dúvidas sobre a real necessidade de tais deslocações em bloco e os custos que implicam nos cofres públicos.
População exige prioridades internas
Enquanto se multiplicam as viagens do Chefe de Estado para o exterior, problemas estruturais persistem dentro de Moçambique : crise energética, escolas degradadas, hospitais sem medicamentos e atrasos em algumas províncias. Para muitos cidadãos, falta coerência entre o discurso de “austeridade” e a prática de “diplomacia de luxo”.
Até o momento, nenhuma das viagens recentes testadas em acordos concretos de cooperação ou investimentos anunciados publicamente. A falta de transparência na divulgação dos custos e objetivos dessas missões agrava ainda mais o sentimento de desconfiança.
Diplomacia ou vaidade política?
Há quem veja nas viagens uma tentativa de construção de imagem internacional , mais do que uma estratégia de desenvolvimento. O presidente Chapo parece mais presente em palácios e recepções no estrangeiro do que em contato direto com os problemas reais dos moçambicanos.
Os analistas alertam que a diplomacia deve ser um instrumento de serviço do povo — e não um veículo de prestígio pessoal — sobretudo num país com desafios internos tão urgentes.
0 Comentários