A Procuradoria-Geral da República (PGR) convocou, na tarde desta quarta-feira, o presidente da Coligação Aliança Democrática (CAD), Manecas Daniel, e o seu porta-voz, Paulo Cuinica, para prestarem declarações no âmbito de um processo que, até ao momento, não teve os seus contornos divulgados publicamente.
O chamado ocorreu logo após as celebrações dos 50 anos da independência nacional, que incluíram a cerimónia de deposição de flores na Praça dos Heróis e as festividades no recém-renomeado Estádio da Independência Nacional, onde Manecas Daniel esteve presente.
“Fomos surpreendidos pela notificação depois das celebrações. Não sabemos o motivo oficial do chamado”, declarou Manecas Daniel à imprensa.
Os dois dirigentes políticos negam qualquer envolvimento nas recentes manifestações que ocorreram em várias partes do país, com maior expressão na província de Maputo. Paulo Cuinica, porta-voz da CAD e pessoa com deficiência visual, sublinhou a impossibilidade de ter participado em qualquer ato do género.
Neste momento, os representantes da CAD estão a ser ouvidos por um procurador, num processo que está a atrair atenção pública devido ao seu caráter inesperado e ao clima político sensível vivido no país.
Um chamado que levanta perguntas
A convocatória ocorre num contexto de crescente tensão entre setores da oposição e as autoridades, após protestos pós-eleitorais e apelos ao reforço do diálogo político. O facto de não ter sido comunicada qualquer acusação formal ou motivo específico alimenta especulações sobre eventuais tentativas de intimidação política ou esclarecimento de factos ligados à recente instabilidade social.
A sociedade civil e observadores políticos aguardam com expectativa maiores esclarecimentos da PGR sobre as razões e o enquadramento legal da audição dos dois dirigentes.
0 Comentários