Uma nova variante do coronavírus, identificada como NB.1.8.1, também chamada de Nimbus, começa a preocupar autoridades de saúde em vários pontos do globo, em particular na Ásia e nos Estados Unidos. Especialistas alertam para o potencial desta estirpe em desencadear uma nova vaga de infeções durante o verão, num momento em que a imunidade da população tende a decrescer e as medidas de prevenção têm sido gradualmente relaxadas.
De acordo com dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), a Nimbus já representa cerca de um terço dos novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos, um aumento expressivo em relação ao mês anterior. Na China e em outros países asiáticos, a variante está associada ao ressurgimento da doença, com novos surtos a serem registados em várias províncias.
Mais transmissível, mas sem evidências de maior gravidade
Em entrevista, a médica e especialista em saúde pública Leana Wen explicou que a NB.1.8.1 é descendente da linhagem Ómicron, responsável pelas últimas grandes ondas globais de infeção. Segundo Wen, embora a Nimbus apresente sinais de ser mais contagiosa, não há até agora provas de que provoque formas mais graves da doença.
No entanto, a especialista alerta que a nova estirpe mostra algum grau de escape imunitário, o que significa que pode reduzir a proteção conferida pelas vacinas atualmente disponíveis. Este fator, aliado ao facto de muitas pessoas já estarem há meses ou até anos sem reforço vacinal, pode facilitar a propagação do vírus.
Riscos e recomendações
Os especialistas sublinham que uma nova vaga no verão não está descartada. “A combinação de menor imunidade na população e o ritmo acelerado de transmissão da variante cria um cenário propício para o aumento de casos”, referiu Wen.
Pessoas com mais de 65 anos, ou que sofram de doenças crónicas, são aconselhadas a ponderar a administração da vacina disponível como medida preventiva, enquanto se aguarda pela nova fórmula da vacina, que poderá ser lançada no outono.
Entre as recomendações gerais, Wen destaca o uso de máscaras em locais fechados e com grande concentração de pessoas, especialmente para grupos vulneráveis e para quem convive com idosos ou pessoas com saúde frágil.
Monitorização global
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o CDC estão a acompanhar de perto a evolução da NB.1.8.1 e apelam para que os países mantenham sistemas de vigilância ativos para detetar precocemente novos surtos e eventuais alterações no perfil clínico da variante.
Para já, a prioridade é evitar o relaxamento excessivo das medidas de prevenção e garantir a atualização dos planos de vacinação e resposta sanitária, antes que o mundo volte a ser surpreendido por uma nova onda pandémica.
📌 Fonte: OMS / CDC
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